Superamos a ditadura, implantada há 50 anos, mas a democracia está enferma. Embora tenhamos instituições democráticas sólidas, a política vem sendo um grande negócio no qual se vendem e compram votos do eleitor e votos de parlamentares, se negociam cargos e liberação de recursos públicos e comissões de todo tipo. Por conta disto, as eleições são um mercado de votos com retorno econômico e parte do negócio se manifesta nas doações, principalmente doações de empresas que esperam retorno futuro. De acordo com a Transparência Brasil, citada pelo Estado de São Paulo, as eleições de 2012 custaram quase dois bilhões de reais, sendo 34,9% financiados legalmente por empresas privadas. A maioria do STF-Supremo Tribunal Federal aprovou esta semana a proibição total de doações de empresas para financiamento de campanha eleitoral, embora ainda seja incerto se aplicada às próximas eleições. Embora correta, a decisão não resolve o problema e provavelmente aumentará a parcela das doações “não contabilizadas”, para usar de um eufemismo para designar doações ilegais. Esta forma de doação não legal reforça o compromisso dos candidatos com os doadores, numa cumplicidade promíscua e pouco republicana. A questão de fundo é outra e muito mais profunda: a utilização de poderosas máquinas publicitárias que manipulam a opinião pública e despolitizam o debate político, transformado o processo eleitoral num espetáculo midiático de imagem, som e animação. Por isso a busca desesperada de tempo de televisão (alguns minutos mais podem sempre ser comprados no mercado político com a moeda de cargos e favores), e dinheiro, muito dinheiro para montagem do espetáculo de marketing que vende candidatos como quem seduz o consumidor para uma marca de pasta de dente.
Postagens recentes
-
Será que agora vai?nov 22, 2024
-
Jornada de trabalho e produtividadenov 22, 2024
-
Onde está o nexo do Nexus?nov 22, 2024
-
Janja xingou e levou um sabão da mídianov 22, 2024
-
Brasil, o Passadonov 22, 2024
-
Camões, 500 Anosnov 22, 2024
-
Última Páginanov 22, 2024
-
O ódio político no Brasilnov 15, 2024
-
Quem mentiu: Trump, Putin ou The Washington Post?nov 15, 2024
Assinar Newsletter
Assine nossa Newsletter e receba nossos artigos em seu e-mail.
comentários recentes
- José clasudio oliveira novembro 20, 2024
- helga hoffmann novembro 19, 2024
- Elson novembro 19, 2024
- Marceleuze Tavares novembro 18, 2024
- Keila Pitta Stefanelli novembro 16, 2024
Alcides Pires A Opinião da Semana Aécio Gomes de Matos camilo soares Caruaru Causos Paraibanos civilização Clemente Rosas David Hulak democracia Editorial Elimar Nascimento Elimar Pinheiro do Nascimento Eli S. Martins Encômio a SPP Estado Ester Aguiar Fernando da Mota Lima Fernando Dourado Fortunato Russo Neto Frederico Toscano freud Helga Hoffmann Ivanildo Sampaio Jorge Jatobá José Arlindo Soares José Paulo Cavalcanti Filho João Humberto Martorelli João Rego Lacan Livre pensar Luciano Oliveira Luiz Alfredo Raposo Luiz Otavio Cavalcanti Luiz Sérgio Henriques manifestação Marco Aurélio Nogueira Maurício Costa Romão Paulo Gustavo Política psicanálise recife Religião Sérgio C. Buarque Teresa Sales
Na mosca! É uma engrenagem infernal. Aí está a origem da corrupção generalizada: as campanhas políticas caríssimas. Ou se quebra a espinha dorsal desse esquema ou qualquer partido que realmente dispute as eleições terá de se submeter ao jogo.
Concordo totalmente com Homero Fonseca: é necessário uma ruptura com o esquema vigente, imoral e um verdadeiro balcão de “negócios”…
Concordo com Camilo, com Homero. Acho que a ruptura com o esquema passa pela politização dos eleitores.Acho que em todas as propostas de mudnaças, passam pelas 3 fases: educação, fiscalização, punição. Na prática atual, como isto é feito? Nuna nova proposta, como isto poderá ser feito/realizado.