Governos e sociedade já sabem o que fazer para promover o desenvolvimento do Semiárido do Nordeste: ação articulada de gestão dos recursos hídricos com ampliação da irrigação, desenvolvimento de tecnologias avançadas, e melhoria da educação e da qualificação profissional. E, no entanto, a cada novo ciclo de grave estiagem, como a atual, o sertanejo volta a depender das emergências e da assistência social. Projetos não faltam. Falta uma ação estratégica e coordenada no território. A Transposição do São Francisco é um dos projetos, importante pelo aumento significativo da oferta de água, permitindo uma distribuição e gestão nos açudes e reservatórios. Entretanto, vendido como a solução definitiva para o flagelo das secas, este projeto está parado, evidenciando o descaso e a incompetência dos governos diante dos desafios desta região na qual vivem cerca de 22 milhões de habitantes que não podem viver das migalhas dos programas sociais e das emergências. O problema do Nordeste é o Semiárido que concentra todos os indicadores de pobreza, atraso e vulnerabilidade. A SUDENE não tem mais nenhuma relevância para o desenvolvimento do Nordeste, mas o Semiárido sim precisa com urgência de uma instituição forte de planejamento e coordenação das ações de desenvolvimento regional para pensar e agir na construção do futuro. E a sede tem que ser instalada no ponto central da região. Que tal Araripina (no entroncamento de Pernambuco, Paraíba e Piauí)?
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