Encômio a SPP

Charles Darwin.

O País está pleno de palermices e insânias. E estas parecem espichar no final do ano. Em todas as instâncias, particularmente as superiores. Veja-se, a respeito, algumas das decisões tomadas na quarta feira, 19, por sabidas autoridades.

STF deixou de ser uma corte constitucional para ser um agrupamento de indivíduos com interesses políticos acima de qualquer outra coisa, segundo William Waack. Mesmo assim, suas sentenças continuam surpreendendo. No apagar das luzes, no lusco fusco da transição, no último dia de funcionamento do STF, um de seus ministros – indicado por seu primo e ex-presidente Collor de Mello –  decidiu tomar uma posição em contrário à decisão do plenário, alçando ao nada o seu arbítrio da possibilidade de reter em prisão condenados em segunda instância. Com isso, mais de 100 mil criminosos de naipes diversos seriam soltos do dia para a noite, incluindo alguns políticos como o presidente Lula. Dias Toffoli, aquele mesmo que não passou no concurso para juiz, agora presidente do STF, teve a lucidez imprevista de suspender a decisão do lerdaço ministro. Não é por menos que o STF deixou de ser uma das instituições mais confiáveis pela opinião pública, caminhando para se encontrar com a rejeição do mundo político e seus partidos. Meu neto foi direto: “Felizmente está perto de se aposentar”.

Ninguém sabe explicar direito porque ao viajar para fora do País, em época de internet e extrema conectividade no mundo, o Presidente da República deva ser substituído em suas funções pelo vice-presidente, que não faz outra coisa que tirar foto e mandar para seu filhos, netos, parentes e correligionários. O atual Presidente da Câmara do Deputados, Rodrigo Maia, no exercício da presidência decidiu inovar e assinou um decreto lei que perdoa os prefeitos que não respeitaram a lei de responsabilidade fiscal. Aquela única lei que assegura a República brasileira estar fora da classificação de “republicazinha de banana”. O presidente já tinha parecer técnico para vetar estes itens do decreto. O deputado carioca ignorou. Como diz meu vizinho da direita, “estes caras não aprendem a jogar para a Nação. Só para seus interesses particulares”.

Já o famoso Lewandowski, membro do trio da turma “prende que eu solto, o mesmo que inovou a legislação brasileira, propondo o impeachment de Dilma, mas sem que a mesma perdesse seus direitos políticos, ao arrepio da lei, evidentemente, assinou sentença obrigando o governo a pagar o aumento dos servidores públicos em 2019, e não em 2020 como os técnicos da Fazenda sugeriam. Um baita rombo nos cofres públicos. E um aumento que beneficia, sobretudo, os que ganham mais no serviço público federal. Maria, a costureira, quando soube não deixou por menos; “Aquele advogado tinha ou não tinha razão? É uma vergonha”.

Bastou anunciar que o Moro será o novo ministro da Justiça para as operações policiais ganharem vigor e amplitude. Prefeito de Niterói, do PDT; ministro da Ciência, Tecnologia e Comunicação, do PSD (Kassab) e Aécio Neves, do PSDB, estão com seus endereços vasculhados. Só o primeiro, Rodrigo Neves, está preso. Segundo meu vizinho da esquerda – “por enquanto”.

*