
Trump
A imprensa internacional e brasileira já deu amplo destaque e interpretações aos discursos dos presidentes Lula e Trump na abertura da Assembleia da ONU em Nova Iorque. Ficou na base de conjecturas, como ocorrerá e quais serão os resultados do encontro entre os dois presidentes, previsto para a próxima semana.
Esse encontro, anunciado pelo próprio Trump, será destinado a discutir uma redução do tarifaço com base em questões econômicas e comerciais ou terá por objetivo se transformar numa tentativa inoportuna de Trump para questionar a recente condenação do ex-presidente Bolsonaro?
Nesta última hipótese, a de Trump forçar a mão na questão da soberania brasileira, poderão piorar as relações entre Brasil e EUA, pois a posição brasileira ficou bem clara no discurso de Lula. Uma parcela da imprensa brasileira prefere ser otimista, imaginando Trump reativando as boas e amigáveis relações costumeiras com o Brasil, como acaba de fazer com o presidente ucraniano Zelensky.
Outros mais realistas preferem a versão de um desencontro ou encontro negativo entre Trump e Lula, vaticinado pelo filho de Bolsonaro, Eduardo que, durante meses, procurou envenenar Trump contra os ministros do STF, correndo agora o risco de prisão e cassação do mandato de deputado federal.
Enquanto os dois presidentes, do Norte e do Sul, não se encontram, vale a pena destacar como Donald Trump, cujos pendores autoritários não enganam mais ninguém, continua seu processo de censura da imprensa agora com os correspondentes estrangeiros.
Da censura dos jornalistas norte-americanos, no noticiário nacional, são os próprios jornais que cuidam, ao fazer o copy desk de seus repórteres e comentaristas. Quem sair da regra, como foi o caso do Wall Street Journal e do New York Times, tomam processos de pesadas multas.
A liberdade de imprensa nos EUA está sob forte pressão, mas alguns sinais de reação começam a surgir. A Tv ABC, pertencente à Disney anulou a suspensão
ao humorista Jimmy Kimmel por ter feito ironia com o significado da morte do influenciador e líder de extrema direita Charlie Kirk, ponta de lança do trumpismo junto à juventude norte-americana e evangélica conservadora. Cresceram os protestos de artistas contra o cerceamento da liberdade de expressão do humorista, no país que se considera o mais livre do mundo. E Jimmy Kimmel voltou ao seu show de grande audiência nos EUA.
Prosseguindo no processo de controle da imprensa, Trump quer também evitar o vazamento de más notícias dos EUA para o Exterior com o uso da censura. Agora todo correspondente de jornais estrangeiros tipo Le Monde, Le Temps, Globo, Estadão e UOL (a correspondente Mariana Sanches que se cuide) responsável por cobertura no Pentágono, o setor militar dos EUA, terá de mostrar seu texto ou sua gravação, antes de divulgação, para o ex-Ministério da Defesa, agora com novo nome: passou a se chamar Ministério da Guerra, imagina-se por premonição trumpista!
O ministro da Guerra, ex-da Defesa, Pete Hegseth, ex-animador da Fox News, da extrema-direita, avisou não querer ver nenhum correspondente perambulando pelos corredores do governo. “Sigam as regras ou voltem para casa”, disse o ministro. Os correspondentes tiveram de assinar um novo formulário restringindo seus direitos sob pena de retirada do credenciamento e imediata perda de visto nos EUA.
Fora isso, antes de Trump os correspondentes tinham direito a um visto de residência de 5 anos, agora diminuído para 240 dias renováveis.
Algumas referências:
https://video.lefigaro.fr/figaro/donald-trump-annonce-quil-verra-le-president-bresilien-lula-debut-octobre-20250923
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